Fibromialgia: tratamento multidisciplinar é a melhor opção
A fibromialgia é uma doença crônica que afeta cerca de 2% das pessoas por volta dos 20 anos, o que aumenta para 8% aos 70. É mais frequente nas mulheres, grupo em que representa a causa mais comum de dor musculoesquelética entre os 20 e os 55 anos. A maior parte das pessoas começa a apresentar sintomas entre os 30 e 55 anos.
Os principais sintomas da fibromialgia incluem dor musculoesquelética generalizada, fadiga, transtornos do sono e problemas cognitivos e de memória. Outros sintomas como o sofrimento psicológico, a hipersensibilidade ao ambiente físico e psíquico, a ansiedade e a disfunção sexual podem estar presentes. Apesar de a origem da fibromialgia não ser totalmente conhecida, a síndrome é influenciada por fatores como o estresse, doenças médicas e uma variedade de condições dolorosas associadas em algumas pessoas, mas não em todas, a alterações neuroendócrinas e de neurotransmissores.
Muitas doenças, como a cefaleia crônica, a síndrome do intestino irritável, a disfunção temporomandibular e a síndrome da fadiga crônica acometem pessoas que já estão sofrendo de fibromialgia, ou seja, são comórbidas. De todas essas doenças comórbidas, uma aparece como a mais prevalente, a depressão.
Tanto o sofrimento psíquico quanto o físico são fatores que contribuem para a piora na qualidade de vida do paciente, de seu desempenho geral e no seu estado de humor. Quanto mais cedo surgirem os sintomas de fibromialgia, maior será o prejuízo físico e emocional ao longo da vida. Não por acaso, portanto, as pessoas que sofrem defibromialgia têm transtornos psiquiátricos numa proporção maior que as pessoas que não têm fibromialgia. Este elevado número de diagnósticos psiquiátricos é comum também em parentes de pessoas com fibromialgia, o que sugere que os transtornos psiquiátricos e a fibromialgia podem ter origens comuns. Além disso, a fibromialgia está associada a um aumento no índice de mortalidade por suicídio, o que representa um desfecho trágico para uma doença potencialmente controlável.
Por causa de sua origem incerta e sua associação com múltiplas doenças, a fibromialgia constitui um grande desafio clínico e requer um tipo de tratamento amplo, que inclui exercícios físicos, tratamento psicoterápico e manejo robusto de medicamentos.